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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dói. Bater a cabeça na quina da mesa, dói. Morder a língua, dói. Cólica, cárie e pedra no rim também doem. Mas o que mais dói é saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dói essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.  Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno, não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ela continua preferindo Coca-cola, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando. Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ele esta com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela esta mais magra, se ele esta mais belo. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.


 "   Ganhei esse selinho do blog Little Dangerous .
Regras:
1- A maior bobagem que você já fez?
Perder meu tempo com algo que não me serviu de nada !
2- O que os outros consideram bobagem e você não?
ler .               "


 

4 comentários:

  1. não acredito que vc tem 13 anos. que vocabulário extenso! Fiquei com saudade, de várias coisas agora.

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  2. Sim, saudade dói, aperta, sustenta, invade.. aiai
    Um beijo
    Ju

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  3. Nossa, realmente 'saudade é não querer saber se ele esta com outra, e ao mesmo tempo querer'. Acho que eu to passando por isso. É uma mistura de sentimentos, é quando quer ver ele feliz (mesmo com outra) e não querer.. Obrigada por definir bem o que eu mesma não conseguia entender. Ficou lindo *-*
    Beijoos
    Mandy

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  4. No fundo todas nós vamos passar por isso, ou já passamos não sei... Tudo depende de querer, como diz no texto.
    Sabe eu também tenho de 13, quase 14 claro, e adoro escrever um texto, uma poesia, um conto! Na verdade o que me inspira mesmo é a música, não consigo escrever sem ouvir uma boa música.
    Eu até começei um livro em março, que é uma história onde tem suspense, romance, aventura e drama muito drama.
    Visite meu blog onde eu escrevo:
    www.queriaserescritora.blogspot.com
    e se quizer visitar também meu outro blog( que a Sara também dez o layout) fique a vontade:
    www.tudocomcaprichoo.blogspot.com

    Estou te seguindo, beijos ;*

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